Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2024-10-07

Susana Noronha, Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro

Susana Noronha, Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro

 

Palavras chave

caminhadas  historia  trilhos  
 

O projecto “Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro” foi uma iniciativa da ASE, com apoio da CNEFF, desenvolvida no princípio dos anos 90, com o objectivo de promover e inovar os percursos pedestres na região da Serra da Estrela. Hoje, mais de 30 anos depois, a Associação decidiu entrar em contacto com alguns dos voluntários que contribuíram para o desenvolvimento deste projecto.

Na edição do mês de Setembro, apresentamos a entrevista realizada a Susana Noronha.

Que idade tinhas quando andaste a trabalhar na construção das veredas?

Não sei muito bem, nasci em 75, penso que foi pelos meus 23 anos? Em 98? Ou antes?

Naquela época, que ideia tinhas do projecto “Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro”?

Tinha uma vontade enorme de ajudar, de fazer parte, de recuperar caminhos antigos, de ser útil.

Imaginavas que as veredas que foram construídas na altura teriam o alcance e a importância que têm actualmente para o turismo?

Não, mas quando vou a Espanha e toda a gente caminha pelas montanhas apercebo-me como Portugal está atrasado neste aspecto e precisa de fazer passadiços de madeira que se queimam a todo o instante, são caríssimos e têm impacto visual na paisagem, para as pessoas saírem do sofá e despertarem para a Natureza e para a Montanha, é muito triste.

O que achas das veredas agora? Consideras que presentemente se deve continuar a promover iniciativas deste cariz para a construção de veredas?

Claro que sim, as veredas devem ser recuperadas e mantidas. E devia ser um trabalho do ICNF e das autarquias. Vai-se a Espanha e todos os Postos de turismo/municípios, têm trilhos bem demarcados onde se pode ir sem guia.

Queres partilhar uma memória/ comentário que tenhas da sua participação no passado nestas iniciativas?

O cheiro das plantas pisadas e cortadas , o pó da terra entranhado, o convívio, os sorrisos e gargalhadas, o suor salgado, as pedras de granito aparadas, movidas, pelo homem, para que ele passe com o gado, com os filhos, com os amigos, com os Pais velhinhos, trilhos da Serra da Estrela, quantas almas já por aqui passaram, de pessoas e também de animais, que passem para sempre, na eternidade das pedras dos caminhos.

 
 
 

 

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2 Comentários


  1. José Augusto Bagôrra diz:

    Mas o ICNF não ajuda a divulgar os trilhos da serra da Estrela ( que eu percorri qdo miúdo) , pelo contrário, só dificulta !

    • Direcção ASE diz:

      Obrigado pelo seu comentário.
      É uma pena que o PNSE, a primeira entidade do país a publicar um livro de percursos e a anunciar um conjunto de rotas, tenha aprendido muito pouco e não resulta nada do esforço que foi feito.
      Em 1984, a ASE foi convidada pelo PNSE (ainda não tinha sede própria), para a apresentação e discussão da sua proposta para rede de percursos que viria a designar-se “A DESCOBERTA DA ESTRELA”.
      Na ocasião, tivemos a oportunidade de dizer aos responsáveis do Parque Natural, de que era um gravíssimo erro, escancarar a porta do Planalto Superior, balizando-o, permitindo assim o acesso, sem qualquer controlo.
      Consideramos, na altura, que se deveria começar por criar percursos circulares a cotas mais baixas, salvaguardando as zonas mais sensíveis da Área Protegida, onde existem os sítios RAMSAR, que Portugal subscreveu e que naquela altura ainda nem sequer estavam definidos.
      Como optaram mais por querer mostrar serviço que pensar na conservação, as consequências estão à vista: Trails com participantes aos milhares, percursos para todos os gostos e feitios, TT a andar por onde lhes apetece… Não vemos qualquer sinal de que isso preocupe ou afecte os (ir)responsáveis do Parque Natural da Serra da Estrela.

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