Revista Zimbro | Percursos marcados no PNSE – Quem são os responsáveis pelo seu estado de conservação? (Gestão territorial)

Noticiou a Rádio Covilhã que um casal de turistas holandeses teve que ser resgatado pelos bombeiros por ter sido surpreendido pelo caudal da ribeira das Cortes.

Acontece que, acompanhado por alguns amigos, eu me encontrava no mesmo dia 08 de Junho p.p., e hora a fazer o mesmo trilho marcado da Varanda dos Pastores, no sentido dos ponteiros do relógio, inverso ao seguido pelo citado casal. Cruzámo-nos já subíamos para a Varanda dos Pastores, trocámos breves palavras de saudação, não tinha chovido e o casal estava já perto da ribeira que tínhamos atravessado sem qualquer dificuldade quanto ao caudal.

O importante a reter, e para que incidentes como este não se repitam, é o estado lastimável em que se encontra o trilho junto às linhas de água, desaparecendo no meio da vegetação quer o trilho quer as suas marcas! Só a nossa experiência e conhecimento da zona nos permitiu fazer a travessia das linhas de água nos sítios certos e com segurança.

Desta vez tudo correu bem, eram caminheiros experientes e bem equipados.

Mas estes trilhos marcados, que a legislação chama de Infraestruturas desportivas de base recreativa, têm que, como qualquer infraestrutura, ser mantidas, cabendo essa responsabilidade às autarquias.

Não se podem continuar a criar percursos pedestres de traçados de escolha duvidosa, esquecendo as veredas tradicionais que as seculares populações serranas abriram ao longo dos tempos, com traçado seguro e cómodo sabiamente implantadas no terreno difícil da Serra.

O Turismo de Natureza, onde se incluem os trilhos e veredas, é um factor demasiado importante para a economia da região para se deixar “ao abandono” depois das inaugurações com pompa e circunstância!

Todos os intervenientes neste processo – Autarcas, Protecção Civil, PNSE, Comunicação Social etc, devem assegurar que estas infraestruturas são mantidas e podem ser percorridas em segurança por quem nos visita.

Referências