2024-06-10
Palavras chave
ecologia floresta pnse
A Resposta da ASE:
A proposta de recomendação que o senhor Presidente da Assembleia Municipal de Manteigas teve a amabilidade de nos enviar, revela uma preocupação que tem merecido repetidos reparos da nossa parte, nomeadamente, no que concerne à regeneração natural em áreas onde a mesma não sucede.
De facto, a lacuna de não proceder a plantações na expectativa de que a regeneração seja uma realidade está a confirmar as nossas preocupações de que tal processo vai atrasar, por inércia, a evolução do processo arbóreo. Ao mesmo tempo, facilita o crescimento do matagal, constituído, essencialmente, por giestais de grande porte, aumentando o potencial risco de incêndio num ciclo vicioso acelerado, fomentando, simultaneamente, mais erosão, complicando ainda mais qualquer intenção de plantação. Estamos a referir-nos a áreas muito interessantes do ponto de vista ecológico, com ausências de solo intenso aonde não temos sentido a mínima intervenção, nem intenção de actuar nestes locais. Aliás, mesmo em zonas cobertas por redes de caminhos não se verifica qualquer intervenção, pelo que não se esperaria que tal acontecesse onde os mesmos não existem. Neste e noutros aspectos, a Serra está ao Deus-dará.
Enquanto Associação, preocupada com tudo o que diga respeito à defesa e conservação do Património Natural da Serra da Estrela, temos enfrentado inúmeras barreiras, numa tentativa de fazer mais e melhor, na medida em que não aceitamos servir de meio para alimentar egos, muito menos servir de suporte a estratégias que nada têm a ver com a conservação da natureza, nem com o desenvolvimento sustentável. Queremos e desejamos ser parceiros com direito a ter voz em todos os processos onde participamos, independentemente do estatuto das partes envolvidas.
Dificilmente consideraremos que a situação possa melhorar, no actual contexto em que vivemos. Pelo contrário, pensamos, não sendo proprietários de terrenos com dimensões que justifiquem as intervenções que preconizamos, e dada a abertura dos Municípios na gestão do Parque Natural da Serra da Estrela, que os tempos que se avizinham tenderão a piorar essa cooperação, uma vez que os conflitos de interesses entre a conservação e o crescimento desmedido de projectos irão acentuar-se.
Iremos continuar a querer manter-nos do lado certo da razão!
Defesa ambiental | 2024-11-09
Defesa ambiental | 2024-11-09
os vossos amigos da Folgonatur andaram todos orgulhosos a plantar maioritariamente resinosas e recusaram-se a comentar o motivo de tal preferência, quando questionados…isto para dizer que de facto ou se põem todos de acordo quanto ao rumo a dar, pelo menos no que toca à reflorestação ou andarão sempre a trabalhar em círculos produzindo sempre os mesmos resultados…haja bom senso!
Tanto quanto pensamos saber, a FOLGONATUR, limita a sua actividade à freguesia
de Folgosinho, não está inscrita na APA, não estando reconhecida como uma ONGA,
e terá surgido na sequência do incêndio, que deve ter mobilizado alguns dos seus
residentes a fazer algo, pela reflorestação, perante a inércia de quem tem essa
responsabilidade.
A nossa acção, no que à plantação diz respeito, é conhecida e tem-se pautado por
plantar onde consideramos ser importante fazê-lo e mais nenhuma entidade o faz:
onde não há estradas, grande risco de erosão, aproveitando as bolsas de solo
disponíveis, onde não há regenaração natural, com espécies autóctones.
Não tem sido uma tarefa fácil, o sentimento de uma grande falta de consideração por
parte do ICNF em relação à ASE e ao que vem fazendo. Talvez porque não andemos,
nem queiramos plantar pinheiros!