Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 
Psicóloga

2024-06-10

Editorial Maio

Editorial Maio

 

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editorial  
 

A Serra da Estrela, a partir do momento em que passou a ser mais conhecida, principalmente, a partir da Expedição levada a efeito pela Sociedade de Geografia de Lisboa, em 1881, tem vindo a sofrer dos apetites daqueles que procuram ver nela uma área para entretenimento dos seus visitantes, procurando rentabilizá-la ao máximo, independentemente das consequências que essas decisões possam implicar. Ora, uma montanha carregada de mitologia e de um Património Natural riquíssimo como a Serra da Estrela, com o acréscimo de ter sido constituída em Parque Natural em 1976, não pode ser deixada ao sabor de quem se julga ao poder de dispor dela para o que pensa ser o melhor para a sua região.

A concretização de projectos anunciados recentemente poderá constituir o prenúncio do fim do estatuto de Área Protegida, pela ameaça que representam para a Serra da Estrela em todos os níveis. Após o incêndio de 2022, as decisões que à Serra dizem respeito têm revelado uma aliança inquietante entre o dinamismo e a incoerência, tendo em vista que cerca de 30 mil hectares de território serrano foram dizimados, milhões de euros foram divulgados para a sua recuperação e, no fim de contas, o que se constata é que os projectos apresentados em nada se relacionam com a recuperação do património perdido.

Como agravante – e para tristeza da ASE – os anúncios que são feitos publicamente parecem não estar sujeitos a qualquer tipo de análise crítica do ponto de vista da Defesa e Conservação da Natureza. Isto é, a população em geral, desde a comunicação social aos cidadãos que a consomem, fazem-no desprovidos de uma visão crítica face à análise económica e factores de desenvolvimento subjacentes aos anúncios dos respectivos projectos. Os mesmos são pensados e desenhados, aproximam-se da sua concretização e trazem consigo ameaças tremendas à Serra da Estrela e à sua identidade enquanto Património Natural, sem que sejam questionados quanto ao seu real impacto e demais consequências das suas implementações.

A ASE tem vindo a partilhar diferentes propostas que nunca nenhuma entidade responsável se dignou responder. Um silêncio cuja origem gostávamos de ver esclarecida.

 
 
 

 

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