Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2024-04-07

Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro

Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro

 

Palavras chave

trilhos  
 

Em 2025 vão completar-se 30 anos do início do projecto, a que a ASE meteu ombros, que teve como propósito procurar recuperar antigas veredas de montanhas e construir outras que pudessem ser utilizadas pelo turismo, um turismo associado às caminhadas, essencialmente direccionadas para o turismo internacional, pela procura que, já nessa altura, a Associação considerava interessante.

O projecto denominou-se “Trilhos do Passado Numa Perspectiva com Futuro”, de que a capa do relatório de 1997, aqui ilustrada, comprova quão certeira estava a ASE ao avançar, não com uma ideia para alguém concretizar, mas ter metido as mãos na “massa” e, efectivamente, avançar, envolvendo  quase uma centena de jovens, ao longo dos 3 anos que duraram as campanhas, a quem pagou pelo serviço que prestaram. Ninguém em Portugal falava em tal coisa, salvo os clubes que se dedicavam a organizar as suas marchas, vulgo caminhadas, para os seus filiados. Na época, nem empresas havia.

Presentemente, do Minho ao Algarve, são milhares os percursos que se anunciam. Surgiram como cogumelos, tal como as empresas e os Municípios fazem disso gala na promoção dos seus concelhos. Repentinamente, surgiram técnicos de percursos, com as Câmaras solicitando a sua homologação, quando a legislação atribui tal competência aos próprios Municípios, é caso para dizer que “em terra de cegos quem tem olho é rei”.

Para a ASE, é claro que uma significativa fatia dos percursos publicitados não durarão mais de uma dezena de anos, quer por não haver quem os faça, quer pelo interesse que motivam. Já está a acontecer com o Município de Manteigas, tendo o seu Presidente concluído que os “Trilhos” eram um investimento e não uma despesa, deixando cair alguns pela falta de procura. Estamos de acordo com a sua análise no que toca a ser um investimento e não uma despesa, bem assim como deixar cair algumas veredas. Porém, a falta de procura constitui uma consequência cujas origens assentam noutras realidades, entre elas, a aposta no Planalto Superior, um tremendo erro para um turismo que se quer sustentável.

Consideramos, ainda, que as Câmaras entregam projectos a empresas de duvidoso curriculum nesta matéria, por manifesta incompetência na feitura e traçado de alguns que já pudemos percorrer, analisar e tirar as devidas conclusões.

Trinta anos é uma vida de percursos. Pensámos, por isso, organizar um encontro com todos os participantes que colaboraram na construção de muitas das veredas que integram os “Trilhos Verdes”. Interessa-nos saber o que pensaram na altura e o que pensam da sua obra ainda hoje. A convivência com todos os envolvidos será interessante, três décadas após a construção dos percursos, até porque, certamente, estavam longe de imaginar que as brincadeiras em que se meteram há 30 anos resultariam no que ainda se pode ver hoje – um trabalho que perpetua na história das nossas montanhas.

 
 
 

 

Comente o artigo

0 Comentários


Contactos | Ficha técnica

© 2024 Revista Zimbro

made with by alforreca

Siga-nos