Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 

2024-04-07

Parque Natural sem alternativa – Conclusão

Parque Natural sem alternativa – Conclusão

 

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Admitindo a complexidade da proposta publicada nas edições anteriores – “Parque Natural sem alternativa – Partes 1, 2 e 3”, a ASE propõe, nesta edição, uma súmula que pretende melhorar, esclarecer e garantir a compreensão das nossas intenções. As três partes anteriores procuraram encontrar soluções para proteger o património da Serra da Estrela, ao mesmo tempo que se propõem soluções para um desenvolvimento do turismo mais interessante, mais sustentável, mais dilatado no espaço e mais internacional, considerando as pessoas que aí habitam.

Os portugueses, especialmente os serranos, têm um especial apreço pela Serra da Estrela e seu simbolismo, estando convictos de que não gostariam de a ver mal tratada, cada vez menos conservada e em risco constante de poder vir a ter o estatuto de Área Protegida comprometido.

Preocupou-nos sempre e, ultimamente, mais ainda, que não tenhamos verificado medidas para a sua conservação condicentes com as necessidades que a Serra da Estrela reclama, e ao nível do turismo a adopção de políticas completamente erradas, que não mudaram absolutamente nada desde o início da década de 60 (século passado), agravadas agora pelo conhecimento que se tem, quer das alterações climáticas, quer da sustentabilidade dos recursos, praticamente desconhecidos naquela época e que actualmente são evidentes.

A abertura da estrada da “Torre”, além de ter sido o maior erro alguma vez concretizado na Serra da Estrela, do ponto de vista das comunicações não veio resolver absolutamente nada, ou não estariam os Municípios reivindicando outras soluções para as ligações entre as Beiras.

Por outro lado, o isolamento das populações a Sul da Serra foram penalizadas com a abertura da estrada supramencionada e nenhuma solução foi encontrada que minimizasse tais efeitos, evitando, assim, a erosão social mais sentida naqueles que se encontram mais afastados.

Nestes mais de 55 anos não se observou qualquer medida, discussão ou pensamento que procurasse dar uma solução para os problemas da conservação, do turismo ou das pessoas, sentindo-se, inclusivamente, um relaxamento numa perspectiva de “deixa andar”, sem que se atenda às consequências que tais posturas estão, já, a causar, à Serra, ao turismo e a sociedade. Notamos, preocupados, que são jovens aqueles que alcançam os lugares de decisão, motivados para a acção, mas que estão distantes da realidade de que se compõe um maciço montanhoso, como aquele que nos abarca, que requer mais que nunca uma atenção inteligente e experiente no que a este assunto concerne.

O ideal, do nosso ponto de vista, seria investir em estudos comparativos entre aquilo que a ASE propõe e o modelo actual de desenvolvimento do turismo. Se tal fosse concretizado, os cidadãos teriam a possibilidade de saber o absurdo que custa manter um Centro de Limpeza da Neve, para limpar a neve que, no fundo, todos desejamos, e que o turismo precisa para que se possa valorizar a procura. Refere-se, ainda, os efeitos nefastos que o depósito de salgema está a causar ao meio ambiente, já comprovados pelos estudos da presença de cloreto de sódio nas muitas fontes do Planalto Superior. Também não se pode ignorar que o actual modelo de gestão turística na Serra da Estrela implica a presença de duas dezenas de elementos da GNR, sem os quais o caos que se tem verificado sempre que ocorre queda de neve seria catastrófico.

Perante a realidade que descrevemos, ousamos apresentar a proposta que foi publicada nos três números anteriores e que aqui vamos vamos resumir muito sucintamente, para melhor apreensão.

A nossa proposta numa estratégia simples, dividia em três pontos principais:

  1. Valorizar a actual EN 231, para melhorar a vida dos cidadãos de Unhais da Serra, Alvoco da Serra, Loriga e Valezim;
  2. Construir meios mecânicos para transportar os visitantes ao ponto mais alto da Serra da Estrela;
  3. Encerramento da estrada da “Torre”, entre a Nave de Santo António e a Lagoa Comprida.

 
 
 

 

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