2024-03-05
Palavras chave
emoções naturezaUm dos grandes desafios da ASE é a procura constante pela valorização de muitas áreas da Serra da Estrela, com o propósito de diminuir o protagonismo exagerado às zonas de maior concentração de visitantes, que nem sempre são as mais interessantes. Deste modo, torna-se possível oferecer às aldeias diferentes atracções, para que gerem dinâmicas que, por sua vez, ajudam a economia local e a fixação das pessoas, fundamentalmente, das camadas mais novas.
Não obstante a relevância das intenções, da boa vontade e do esforço que se emprega no desenvolvimento e melhoramento de uma oferta turística com mais qualidade e sustentabilidade, importa, também, que haja disponibilidade e interesse por parte dos agentes locais para dar lugar à execução das propostas em causa. Recentemente, ainda que se reconheça o interesse e qualidade do trabalho, tem-se verificado a existência de uma barreira perante os projectos que promovemos, a par com uma indiferença com os mesmos.
As veredas do Vale do Beijames constituem parte das mais bem conseguidas intervenções da ASE, área em que a Associação foi pioneira no país, visto que demos início à construção de percursos destinados à promoção do pedestrianismo muito antes de Portugal estar desperto para o aproveitamento turístico e sustentável deste tipo de atractividade.
Porém, a teimosia por quem se limita a assistir a este investimento levou a que, pela primeira vez, a ASE tenha pensado construir uma vereda numa propriedade privada. Neste cenário, os objectivos são exactamente os mesmos: retirar pressão às zonas onde confluem grandes massas humanas, procurando valorizar regiões com maior interesse de maior interesse natural.
A construção de uma nova vereda era premente, por todos os motivos supramencionados, mas, também, porque o local para onde a mesma está a ser projectada é soberbo e dota de paisagens singulares da Serra da Estrela, desconhecidas pela população geral. O traçado da vereda é longo e necessitará de tempo para que seja concluído. Porém, a distância que, entretanto, já foi alcançada, afasta-nos cada vez mais do ponto de partida.
O diálogo com os proprietários e a sua anuência aos nossos anseios foi extraordinária e o modelo de gestão para as construções é inovador. Queremos, por isso, que nestes trabalhos possam participar famílias com crianças, de maneira a envolver miúdos e graúdos numa actividade cujo envolvimento à transversal a qualquer idade. Neste sentido acreditamos na importância dos trabalhos ao ar livre, que são uma oportunidade para usufruir de uma lufada de ar fresco, especialmente para aqueles que têm cada vez mais dificuldade em conviver com o meio ambiente.
“Os miúdos não perguntaram por nada o dia inteiro, não fizeram birras, andaram entusiasmados e entretidos, vê-se que estão felizes e despreocupados!” – referiu um pai surpreendido numa das mais recentes actividades realizadas na vereda em questão.
Por ser este o retorno que a ASE pretende, nasceu, assim, uma Oficina em que se promove uma actividade, com o tempo e espaço necessários para “Construir Emoções”. Através do contacto com a natureza e com as pessoas, este projecto visa sensibilizar para a sustentabilidade dos recursos, do meio, da região, das pessoas e, claro, das emoções que daí emergem.
Defesa ambiental | 2024-11-09
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