Revista Zimbro
by Amigos da Serra da Estrela
 
Psicóloga

2024-02-07

Editorial Janeiro

Editorial Janeiro

 

Palavras chave

editorial  humidas  
 

Existem pelo mundo regiões que nos fascinam, ora pela sua história, natureza, comunidades ou morfologia. Seja pelas pessoas, pelo clima ou pelas paisagens, uma coisa é certa – esse fascínio teve a água como fonte imprescindível do seu desenvolvimento.

No passado dia 2 de Fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Estas, definidas segundo o Tratado de Ramsar, de 1971, correspondem a uma área de sapal, paúl, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas até seis metros de profundidade na maré baixa e zonas costeiras e ribeirinhas.

No mundo, certamente, já ouvimos falar dos Recifes de Coral, na Austrália, dos rios de água salgada, em Marrocos, ou do Doñana, no sul de Espanha. Portugal possui no seu vasto território diversas zonas húmidas de importância internacional, como é o caso, por exemplo, das Lagoas de Bertiandos e São Pedro d’Arcos, do Sapal de Castro Marim, da Fajã de Santo Cristo (São Jorge, Açores) ou do Estuário do Sado. No que à Serra da Estrela concerne, a zona húmida de importância internacional desta região abrange uma área de 5075 hectares do planalto superior e da cabeceira do rio Zêzere e inclui, ainda, a nível nacional, o mais importante conjunto de turfeiras e lagoas de origem glaciária.

Entre outras coisas, as zonas húmidas têm o papel de controlar inundações e a erosão, purificar a água, alimentar reservatórios naturais subterrâneos, abrigar e alimentar diferentes espécies de animais e, ainda, contrariar o efeito de estufa. Tendo todos estes pressupostos em linha de conta, a protecção destas regiões revela-se cada vez mais prioritária. Na verdade, em apenas três séculos, perderam-se cerca de 21% das zonas húmidas outrora identificadas a nível mundial e, em Portugal em particular, os valores apontam para a inquietante estimativa de 42%.

Por isso, a consciencialização da importância da sua protecção é indispensável, já que estas regiões estão sob ameaça. Mais que surpreender aqueles que por lá passam, as zonas húmidas apresentam um papel fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas e para o natural funcionamento do meio ambiente.

 

Referências Bibliográficas

https://www.publico.pt/2023/02/08/azul/noticia/tres-seculos-perderamse-menos-21-zonas-humidas-mundo-2037992

https://www.icnf.pt/oquefazemos/materiaisinformativoseeducativos/zonashumidas

https://www.icnf.pt/api/file/doc/bd35ebe882957739

https://www.nationalgeographic.pt/meio-ambiente/o-que-sao-zonas-humidas-e-por-que-sao-tao-fundamentais-para-a-vida-na-terra_3639

 
 
 

 

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1 Comentário


  1. Por uma questão de melhorar e aumentar os conhecimentos acrescento estas duas páginas, relevantes para o texto:
    https://www.worldwetlandsday.org
    https://www.ramsar.org/document/list-wetlands-international-importance-ramsar-list
    Acaba por ser curioso, irónico e significativo que a área definida na Serra da Estrela na Lista de Interesse Internacional foi alterada para incluír, em vez do Planalto Central todo, só inclui metade do Vale do Rio Zêzere e o Planalto Central a Norte da E.N. 339 – ou seja, exclui todo o Vale de Alforfa, a Torre e o Vale de Loriga..
    Se os atropelos ambientais continuarem, a ‘área Ramsar’ vai encolhendo até desaparecer; depois de tudo seco e tudo queimado, nem vale a pena proteger nada.
    É possível inverter esta tendência, mas só se o Estado investir organização e sistematização do esforço – distribuir dinheiros para projectos com nomes caros enquanto a Natureza morre . . . não dá nada!!

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